A Revolta de Ana Ferrer
Ana disse: "não dá vontade de viver nesse mundo doente, onde os nossos problemas parecem insignificantes diante de tantas desumanidades acontecendo".
Seria Gaza o tal lugar em que Deus não nos ouve? Eu não sei, e o compositor mineiro já não está por aqui para nos dizer quais são esses lugares.
Quando Ana Ferrer viu o vídeo de um menino pedindo a Deus para acabar com a guerra, pois, ele estava com muito medo e queria voltar para casa, viu surgir lágrimas de revolta, e questionamentos acerca de sua fé cristã.
Ana disse: "não dá vontade de viver nesse mundo doente, onde os nossos problemas parecem insignificantes diante de tantas desumanidades acontecendo".
"O vídeo não sai da minha cabeça. Me matou por dentro, como se o meu coração explodisse como uma granada, espalhando estilhaços por todo o meu corpo. A dor daquele menino refletiu em mim, e, por ele, choro e não me conformo".
A maldade humana deixou Ana perplexa, e me fez lembrar da explicação de Yasser Arafat: os palestinos não tinham terra nem para enterrar os seus mortos, e, diante da urgência que era a criação do Estado Palestino, Israel preferiu fortalecer o Hamas para dividir e enfraquecer aquela que era a principal liderança palestina: o Fatah.
Yitzhak Rabin, antes de ser assassinado por um extremista sionista, confessou que esse foi o maior erro cometido pelo estado de Israel.
O ataque terrorista nas olimpíadas de Munique, naquele que ficou conhecido como Setembro Negro, fez a OLP perder a razão. E Israel, hoje sem líderes respeitáveis como Golda Meir e Shimon Perez para conduzir o povo judaico com sabedoria, também perdeu a razão.
Povos sem pátria como os palestinos, curdos, chechenos, tibetanos e bascos nunca abandonarão o sonho de uma terra livre, e jamais fugirão à luta.
Assim como os judeus, os palestinos têm direito a um lar. As atrocidades que o sionismo comete contra crianças palestinas pode ser uma tentativa de eliminar um futuro guerrilheiro ou guerrilheira. A estratégia do genocídio infantil tenta cortar o mal pela raiz.
A maldade no coração dos homens não tem data para acabar. E as lágrimas de Anas cairão como dilúvio por muitos séculos, como um reflexo da força e da fraqueza humana.