O povo que gosta mais de bicho do que de índio apaixonou-se pelo tigrinho e, com a ajuda de influencers que ensinam como apostar, hoje perde o pouco dinheiro que tem.
Todo dia sai um otário de casa. Marcos é um deles. Apostando diariamente
com o dinheiro do Bolsa Família, ele tira o leite das crianças com a conivência do Congresso e do Governo.
Como são dados que rolam no mesmo copo, permitem-se as raposas soltas no galinheiro para não perder o voto dos apostadores.
E já que chapéu de trouxa é marreta, alguns jogadores tornaram-se croupiers da corrupção no futebol: "hoje os meus manos vão levar uma grana preta quando eu ganhar esse vermelho aos dezessete" .
Qualquer semelhança com a cor acima é mera coincidência. No bicho, não tem urubu, e, uma vez Flamengo, sempre Flamengo!
As bets compraram os donos do país, e os cantores sertanejos deram um jeito de entrar no jogo com suas "riquíssimas" letras exaltando a jogatina.
Com o argumento de que o jogo tomava o dinheiro do povo e destruía famílias, a beata e primeira-dama Carmela (Santinha) Dutra pressionou o seu marido, Presidente Eurico Gaspar Dutra, que proibiu o jogo sem medo de perder popularidade.
Os cassinos viviam cheios, gerando muitos empregos, e fazendo a alegria dos artistas que se apresentavam diariamente.
Nos parques de diversões, jogava-se de tudo. O povo se aventurava nos bingos, bacarás, pano 60, roletas, dado francês, duplandi, sisplandi.
O jogo continua proibido, os cassinos fechados, e a elite vai perder seus dólares em Las Vegas, Punta Del Este, e até em Macau, onde comunistas administram os seus casinos sociais.
Mas o jeitinho brasileiro achou maneiras de esvaziar o bolso do povo: primeiro com a Loteca, e depois com a Caixa Econômica Federal, que banca doze jogos.
Ainda temos as loterias estaduais e o contraventor jogo do bicho, que alimenta a esperança de mudar uma vida, mas quase sempre dá burro na cabeça.
Agora tudo é bet: o Brasileirão é Betano, e as arenas e camisas dos clubes estampam o nome das casas de aposta.
E todo mês Pedro Pedreiro continua esperando a sorte grande da milhar no bilhete da federal.
Até quando vamos fazer uma fezinha no azar nosso de cada dia?