Quem quer dinheiro?
O brasileiro depende da sorte até para nascer. No berço de ouro, o Paraíso. No barraco, o Inferno.
No ano de 1946, o presidente Eurico Gaspar Dutra proibiu o jogo de azar no Brasil. Ele vinha sendo pressionado pela Igreja Católica, sob a liderança do cardeal e arcebispo emérito do Rio de Janeiro, Eugênio de Araújo Sales.
Embora o jogo gerasse milhares de empregos nos parques de diversões e cassinos do Brasil, o clero dizia ser um desastre para as famílias.
Hoje, os pobres apostam seus salários, cartões de credito e benefícios sociais enquanto estão no ônibus lotado, ou assistindo ao seu time de futebol. Assim é desperdiçado seu suor, o pão de cada dia e o futuro dos seus filhos.
O Congresso conservador entrou no jogo dos empresários malandros regularizando a roubalheira das Bets.
A Caixa Econômica é um grande casino oficial que tira dinheiro de circulação todos os dias. Recolhe fortunas e devolve uma pequena parte em premiação.
Violência é o que podemos esperar quando a fome dos filhos aumentar, ou quando faltar para a prestação do celular.
O povo já teve o velho Getúlio Vargas para lhes defender, mas hoje só sobrou Deus e seus crupiês, que cobram 10% de cacife no cassino sagrado.
Limpam os pobres nos quatro cantos do país, e os ricos vão perder seus dólares excedentes em Las Vegas.
O brasileiro depende da sorte até para nascer. No berço de ouro, o Paraíso. No barraco, o Inferno.
O país que vivia a ilusão do resultado do jogo do bicho entrou em uma roleta, e vai ter dificuldade para sair, pois trocamos neurônios por fichas, e só fizemos apostas erradas. Só poderia dar miséria na cabeça.
"Anda com eu fé vou, que a fé não costuma faiá"...
Uma nação podre, que blefa em seu jogo sujo, perdeu a vergonha de roubar seus miseráveis.
Façam suas apostas!